plural

PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli

Autogolpe
Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário

style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

Nunca foi novidade que o presidente Jair Bolsonaro tem pendores ditatoriais e que, em seu íntimo, sempre esteve latente o desejo de um golpe de Estado, mesmo que seja com uma guerra civil, como chegou a declarar quando ainda de seu primeiro mandato de deputado federal em um programa de entrevistas. Dizia ele, diante da pergunta sobre o fechamento do Congresso Nacional se um dia fosse presidente da República: "daria golpe no outro dia". 


O presidente, sempre que pode, deixa no ar frases de duplo sentido, ameaças, veladas ou não, deixando transparecer, no fundo, um desejo quase incontido de efetivamente implantar no país uma outra ditadura, sob sua tutela. Isso ocorre sempre que o cerco fecha sobre os absurdos cometidos por seu governo, dentre eles as ações diante da pandemia e das crises que se abatem sobre o país.

Desde a última semana, especialmente a partir do recado claríssimo dado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a situação parece bastante tensa em Brasília. A pressão para a saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que culminou com seu pedido de demissão nesta segunda, desencadeou uma crise ainda mais aguda no governo. Mais do que deixar no ar frases de duplo sentido, ao que tudo indica o presidente Bolsonaro tentou algum movimento efetivo de autogolpe. 

Na segunda-feira, além da mudança na pasta de Ernesto Araújo, mais cinco pastas do primeiro escalão tiveram mudanças, dentre as quais o Ministério da Defesa, com a saída do general Fernando Azevedo e entrada do general Braga Netto, Ministério da Justiça, AGU, Casa Civil e Secretaria da Presidência da República. A nota oficial do general Fernando Azevedo enfatizando o papel das Forças Armadas como instituições de Estado e não de Governo e a entrega dos cargos pelos comandantes das três Forças Armadas, na terça-feira, 30 de março, fazem soar o sinal de alerta às instituições democráticas.

Esta coluna está sendo publicada na quarta-feira, dia 31 de março de 2021. Há exatos 57 anos atrás, na madruga do dia 31 de março para o 1º de abril de 1964, iniciaram as manobras militares que culminaram no Golpe Civil-Militar. Daquela madrugada em diante, o Brasil viveria sob uma ditadura militar por longos 21 anos. Perseguições políticas, censura, sequestros, torturas, assassinatos, aumento da pobreza, da desigualdade social, corrupção, etc. Esta "coincidência" não pode ser deixada de lado na analise dos fatos... Vejamos os desdobramentos das ações desta semana e oxalá não tenhamos a história se repetindo!

Lendas da paixão
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário

style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

Resolvi escrever algo diferente, deixar a política de lado e falar de sentimento, falar de valores caros, falar do comportamento clássico que anda tão esquecido e, por vezes, taxado de antiquado, mas em mim me desperta saudade atávica.

Eu já havia assistido, mas semana passada resolvi assistir novamente o clássico filme "Lendas da Paixão". Estrelado por Antony Hopkins, Brad Pit e Julia Ormond, retrata os costumes do início do século 20 no Estado de Montana.

Não pretendo fazer sinopse do filme, mas sim chamar atenção sobre os pilares que sustentam o enredo: família; amor; honra e Pátria.

Antony Hopkins é o Coronel Willian Ludlow, que após largar o Exército vive em seu rancho com seus três filhos Tristan, Alfred e Samuel. Nesta parte o filme mostra um chefe de família com fortes valores, os quais tenta transmitir aos seus filhos. Embora sozinho, sem a presença da mãe, Coronel Willian faz dos filhos homens de honra, fortes para enfrentar a vida em tempos difíceis e ao mesmo tempo sensíveis e com capacidade de se entregarem ao amor de uma mulher e aos sentimentos familiares.

Embora a liderança da família seja de um homem forte, portanto patriarcal, a importância é a existência de um líder que, hoje, pode ser a mulher, mas efetivamente cada célula de grupos de qualquer espécie, fica nítida a importância da existência de um.

A identificação com uma bandeira de um país demonstra todo o espírito patriota, especialmente Samuel, o filho mais novo, que inobstante a contrariedade do pai, alista-se ao Exército para defender os EUA do risco da invasão estrangeira, sendo seguido por seus irmãos mais velhos, que tentam proteger o caçula a todo custo, especialmente a partir do pai confiar a Tristan esta responsabilidade nos campos de batalha.

Inobstante a partida para a guerra, as desavenças entre os irmãos despertada pela disputa pelo amor da doce Susannah, a mensagem que fica é independente de qualquer coisa, a família sempre estará acima e não importa para onde vão, especialmente o aventureiro Tristan, sempre retornarão para o elo que os liga de forma indissolúvel: a família.

Retornando à realidade, temos hoje a disputa de duas forças políticas, uma lutando desesperadamente, contra tudo e contra todos, para preservar e resgatar estes valores e a outra força, em sentido antagônico, fazendo de tudo para destruir todo o alicerce que sustenta os valores da cultura judaico-cristã.

Talvez a luta não seja travada com armas, mas sinto que está passando da hora de que versões contemporâneas do Coronel Willin Ludlow surjam e nos liderem em defesa ao resgate de todos estes valores e eu cerrarei fileiras ao seu lado e sob seu comando.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

VÍDEO: descarte irregular de lixo é problema comum e continua sem solução

Aos 96 anos, morre a empresária Suely Marafiga Próximo

Aos 96 anos, morre a empresária Suely Marafiga

Geral